terça-feira, 25 de julho de 2017

Negando os sentimentos

Nem sempre é fácil lidar com os sentimentos que surgem a partir das situações da vida. Muitas vezes, nos deparamos com dores, angústias, medos e tristezas e nem sempre estamos dispostos a encarar isso. O mais fácil a se fazer nesses casos é ignorar os sentimentos que aparecem e, como se diz, “varrer as experiências para debaixo do tapete”, o que gera resultados desastrosos na grande maioria das vezes, mais cedo ou mais tarde.

Negar os próprios sentimentos, ou ignorar as situações vividas é uma atitude negligente consigo mesmo e com as pessoas que estão ao redor pois, a partir do momento em que nos recusamos a encarar a nossa realidade, por mais dura que seja, estamos também nos esquivando de amadurecer o que sentimos e de tomar novos rumos em direção a uma vida mais consciente, íntegra e responsável.

A verdade é que nem sempre é fácil lidar com os sentimentos que nascem em nós. Muitas vezes é mais cômodo deixar tudo como está e simplesmente prosseguir com a própria vida. Porém, isso não passa de ilusão. Quem não tem coragem de enfrentar suas áreas obscuras e sombrias acaba virando refém das situações e dos próprios sentimentos, pois não aprendeu a lidar consigo mesmo. E é claro que as consequências disso não poderiam ser positivas. É preciso ter ousadia e disposição para enfrentar a si mesmo, confrontar-se e amadurecer. Esse é o trajeto da ressiginificação da vida.

Gabriela Neves

terça-feira, 18 de julho de 2017

A imaturidade afetiva

Já observou o comportamento de uma criança pequena quando quer alguma coisa? Geralmente, ela chora, grita, se joga no chão porque quando ela quer algo, tem que ser naquele instante, ela não pode esperar. Isso porque é próprio do comportamento infantil requisitar tudo para si, pois a criança acredita que o mundo está centrado nela mesma. A pessoa imatura afetivamente segue esse mesmo padrão de comportamento; quer tudo para si e, na ilusão dela, tudo se trata dela mesma.

O imaturo caracteriza-se por uma afetividade egocêntrica e instável, atrai todos para si e sente necessidade de ditar as diretrizes e regras. O grande problema da imaturidade afetiva é a incapacidade de renúncia, de diálogo, de entrar em acordo com outra pessoa. O imaturo somente consegue enxergar a realidade sob a perspectiva do que é bom para si mesmo, e abrir mão disso parece ser impossível para ele.

Tudo isso faz com que, aos poucos, as pessoas se afastem do convívio de quem é imaturo e ele, muitas vezes sem compreender a razão, vive a queixar-se da solidão que ele mesmo provocou por falta de capacidade de renúncia. A questão é que o imaturo tem muitas questões que geram sofrimento: ele desconhece as raízes de sua condição, afasta as pessoas de si e acaba sozinho.

É possível desenvolver um trabalho psicológico com essas pessoas quando há liberdade e disponibilidade para tal. O fato é que ninguém precisa permanecer nessas condições, basta abertura para tocar no que é necessário.

Gabriela Neves

terça-feira, 11 de julho de 2017

A carência afetiva

Se consultarmos o dicionário, podemos encontrar alguns sinônimos para a palavra carência: escassez, privação, ausência, falta, entre outros. A carência afetiva nasce a partir de uma necessidade de amor que não foi atendida em algum momento de nossa existência. Todas as pessoas precisam receber amor ao longo de suas vidas, desde a mais tenra infância até à velhice. Quando esse amor nos é negado de alguma maneira, é gerado em nós um vazio que causa dor e marca a história, e é esse vazio que vamos chamar de carência afetiva.

Todos nós, em maior ou menor grau, já experimentamos a carência afetiva, ela faz parte da vida de todos nós, em formas diferentes. Alguns conseguem lidar bem com suas carências: sentem a dor e a superam, progredindo em maturidade e autonomia. Porém, algumas pessoas permanecem como que fixadas em suas carências, e é aí onde mora o problema.

Essas pessoas geralmente desenvolvem relacionamentos complexos e possessivos, exigem do outro exclusividade, roubando a liberdade de todos os envolvidos. Aos poucos, vão desenvolvendo um certo vício da outra pessoa, uma grande dependência. O resultado de levar a vida assim é que a própria felicidade vai se condicionando a outra pessoa e, assim, parece ser impossível ser feliz sem a presença e o convívio com aquele de quem se desenvolveu a dependência.

Essas pessoas precisam de ajuda para sair dessa prisão sentimental. Um trabalho psicológico é fundamental para que elas consigam se perceber enquanto pessoas, identificar aquilo que as ferem e reorientar seus sentimentos em relação a si mesmas e aos outros. Você conhece alguém assim? Nós podemos ajudar. Entre em contato conosco!

Gabriela Neves

terça-feira, 4 de julho de 2017

Afetividade: constatando a desordem

Quando o assunto é afetividade, é muito comum nos depararmos com um campo desordenado e muitas vezes até abandonado. É impressionante a dificuldade que muitas vezes temos para trabalhar os próprios sentimentos, e esse entrave acaba ecoando em todas as áreas de nossas vidas. O resultado é um sofrimento gerado na vida da própria pessoa, que atinge sua autoestima e também seus relacionamentos.

Essa desordem na área afetiva não é construída da noite para o dia, como um acidente repetino que faz a pessoa perder a habilidade em lidar com seus sentimentos. Antes, é algo que se compõe a partir da própria história de vida; numa sequência de fatos que marcam o passado.

A pessoa vai progressivamente alterando sua forma de perceber seus sentimentos, e os caminhos que cada um escolhe para isso podem ser os mais diversos. A questão é que, com a história pessoal ferida, podemos nos perder no labirinto do que sentimos, do que recordamos e do que fazemos com tudo isso.

Nem sempre, é fácil constatar a própria desordem afetiva. Aliás, na maior parte das vezes, é um processo bastante trabalhoso e até doloroso. Porém, não enxergar a desordem faz com que ela nunca seja encarada e reorganizada, e isso não contribui para o crescimento pessoal.

À medida em que vamos tomando consciência do que em nós está fora de lugar, nos tornamos aptos a trabalhar nossas questões interiores, gerando equilíbrio, amadurecimento e responsabilidade com a própria vida.

Gabriela Neves