terça-feira, 18 de julho de 2017

A imaturidade afetiva

Já observou o comportamento de uma criança pequena quando quer alguma coisa? Geralmente, ela chora, grita, se joga no chão porque quando ela quer algo, tem que ser naquele instante, ela não pode esperar. Isso porque é próprio do comportamento infantil requisitar tudo para si, pois a criança acredita que o mundo está centrado nela mesma. A pessoa imatura afetivamente segue esse mesmo padrão de comportamento; quer tudo para si e, na ilusão dela, tudo se trata dela mesma.

O imaturo caracteriza-se por uma afetividade egocêntrica e instável, atrai todos para si e sente necessidade de ditar as diretrizes e regras. O grande problema da imaturidade afetiva é a incapacidade de renúncia, de diálogo, de entrar em acordo com outra pessoa. O imaturo somente consegue enxergar a realidade sob a perspectiva do que é bom para si mesmo, e abrir mão disso parece ser impossível para ele.

Tudo isso faz com que, aos poucos, as pessoas se afastem do convívio de quem é imaturo e ele, muitas vezes sem compreender a razão, vive a queixar-se da solidão que ele mesmo provocou por falta de capacidade de renúncia. A questão é que o imaturo tem muitas questões que geram sofrimento: ele desconhece as raízes de sua condição, afasta as pessoas de si e acaba sozinho.

É possível desenvolver um trabalho psicológico com essas pessoas quando há liberdade e disponibilidade para tal. O fato é que ninguém precisa permanecer nessas condições, basta abertura para tocar no que é necessário.

Gabriela Neves

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