terça-feira, 17 de outubro de 2017

Perdoar a quem me feriu


No texto da semana passada, falamos sobre a dificuldade de perdoar a si mesmo, o que tem gerado grande sofrimento para muitas pessoas. Hoje vamos refletir sobre a necessidade de perdoar as pessoas que marcaram negativamente nossa história, o que é igualmente árduo ou até mesmo mais desafiador que perdoar a si próprio.

É desafiador porque, para a maioria das pessoas, a reação mais natural ao ser ferido por alguém é alimentar raiva, rancor, chegando até mesmo ao ponto de calcular alguma vingança contra aquele que foi a causa da dor que se sente. O problema é que ao agir dessa forma, a pessoa não percebe que o grande prejudicado em meio a esse turbilhão emocional é ela mesma. Essa pessoa parece criar a ilusão de que está “castigando”o outro ao negar-lhe o perdão e que permanecer nessa postura, de alguma maneira, faz com que o outro também caia em sofrimento, o que não corresponde à realidade. A verdade é que ela causa sofrimento a ela mesma toda vez que se nega a perdoar, o que acaba virando um grande “tiro no próprio pé”, como se diz por aí.

Não estamos aqui dizendo que perdoar é um ato egoísta. É claro que também traz uma leveza à pessoa a quem foi concedido o perdão. E essa experiência de fazer o bem a quem se tem mágoas e ressentimentos nos traz amadurecimento e crescimento enquanto pessoa humana; pois “pagar na mesma moeda”é atitude própria dos infantilizados. O fato é que o perdão liberta. Liberta a todos envolvidos na situação desastrosa que gerou feridas. Dar e pedir perdão pode até ser um processo difícil, mas sem essa experiência não há como ressignificar a vida e ser feliz.

Gabriela Neves

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