terça-feira, 26 de junho de 2018

Qual o lugar do outro na minha vida?


Toda pessoa é um ser relacional. Trazemos conosco essa característica tão fortemente presente na nossa história: desenvolvemos relações ao longo da vida, e essas relações configuram um elemento de grande importância na forma com que encaramos o mundo ao nosso redor. Nossas relações dizem muito de nós mesmos, e a partir do momento em que elas nos “roubam” a responsabilidade de nossa própria vida, devemos acender um sinal de alerta e analisar com calma e sinceridade o que está acontecendo conosco.

Relacionar-se, apesar de ser natural, não é algo tão fácil ou simples. Em toda forma de relacionamento (familar, amoroso, amizade, profissional...) existe a dura tarefa de entrelaçar histórias de vida e personalidades diferentes, o que por várias vezes pode ser conflituoso. Um relacionamento saudável envolve respeito, concessões de ambas as partes, acolhimento das diferenças e, talvez o mais importante, a clara distinção e preservação das identidades de cada um dos envolvidos. E por diversas vezes o contrário acontece, gerando consequências negativas que vão repercurtir de inúmeras maneiras na vida de quem se perde de em seus relacionamentos.

Nunca é uma boa opção delegar a responsabilidade da própria vida a outra pessoa. Relacionar-se não exige tal atitude. É preciso que tenhamos a clareza de qual é o lugar que cada pessoa com quem nos relacionamos na nossa própria vida, tendo sempre diante dos olhos que somos nós mesmos os responsáveis por conduzir nossa existência. As escolhas e ações de cada um deve sempre refletir esse aspecto; caso contrário, provoca-se um duplo sofrimento: a si mesmo, ao se permitir ser subtraído de si, e ao outro, que deve carregar nas costas um fardo que na realidade não é dele.

Gabriela Neves

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