quinta-feira, 12 de julho de 2018

A coragem de enxergar o que não é bom


É muito difícil se deparar com aspectos ruins da própria história e personalidade. Temos em nós o anseio de que tudo ao nosso redor e em nós mesmos seja irretocável e sempre agradável, mas ao mesmo tempo nos damos conta de que esse é um desejo impossível de se tornar realidade, e muitas vezes criamos consciência disso de uma maneira muito dolorosa.

O fato é que todos nós temos defeitos e provocamos situações de sofrimento. Muitas pessoas têm grandes dificuldades de enxergar as próprias fragilidades e incoerências, pois de alguma maneira ver-se imperfeito faz com que se sintam diminuídas ou indignas de receber o amor e a admiração das outras pessoas. Dessa forma, estão sempre a procurar justificativas para seus erros e muitas vezes conseguem esconder dos outros e de si mesmas aquelas características que julgam ser inadequadas.

Existem ainda algumas pessoas que se negam, consciente ou inconscientemente, a ver com clareza os defeitos dos outros, principalmente daquelas figuras pelas quais mantém mais afeto. Essas pessoas não se sentem no direito de apontar as falhas das pessoas com as quais convivem, e acabam por viver rendidas às dificuldades alheias, tendo subtraída a própria capacidade de enfrentamento em diversas situações.

É importante abrir mão desses dois tipos de postura e encarar com liberdade o que há de mal em si mesmo e nas outras pessoas. Manter-se cego para aspectos negativos da própria história é querer fazer nela um recorte que impossibilita o crescimento pessoal. É preciso ter consciência das próprias sombras, somente assim é possível amadurecer e responsabilizar-se pela própria vida.

Gabriela Neves

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